domingo, 14 de abril de 2013

Pastel de nata

Passeando pelo virtual, tomei conhecimento de que decorre em Lisboa, por estes dias, um concurso do pastel de nata. Não dei importância ao assunto, mas fiquei a matutar. Pastel de nata também eu sei fazer, tenho até uma receita própria,  que não faço há largos meses.
Adapto tudo quanto é receita e quando me pedem, eu nunca sei muito bem as quantidades, pois para mim é sempre mais ou menos. Tenho-me educado um pouco com a publicação de algumas receitas aqui no blogue.
Embrenhada que ando com o Fernando Namora e com o Aquilino Ribeiro, por motivos vários e variados, leituras densas e pouco aconchegantes, dei comigo a fazer uma sobremesa rica e apetitosa neste domingo sorridente de sol e a pedir mimo. 
Não concorri, não ganhei nada, mas é um maná uma fatia desta deliciosa tarte com um café quentinho, neste dia que também é o dia mundial do café.

Ingredientes:
3 dl natas
6 gemas de ovo
120 gr de açucar
uma embalagem de massa folhada fresca, 
umas gotinhas de aroma de baunilha (opcional)
canela en pó, qb (para quem gostar)

Leva-se ao lume as natas e as gemas mexidas com o açucar, mexendo com regularidade com uma vara de arames, até fervilhar e começar a engrossar.
Numa tarteira coloca-se a massa folhada deixando ficar por baixo o papel em que vem enrolada, deita-se o preparado e vai ao forno pré-aquecido, a cerca de 200º, por cerca de 15 minutos.
Deixa-se arrefecer e polvilha-se com canela  a gosto.

Bom apetite!
Foto:Mafaldinha
Nas minhas andanças pelas histórias do volfrâmio (mineral tungsténio) e dos homens que pela incansável procura de terras de "promissão"  fizeram de Portugal um dos maiores produtores deste metal no sec XX, descobri a poesia de Fernando Namora, a qual me tem proporcionado uma agradável surpresa.

Nocturno
(...)
Noite...
(apetece-me repetir o teu nome)
alagaram a cidade com mistério
- que brutos, que brutos os deuses!,
sinto mãos viscosas, aranhiços
a bajularem-me os braços,
andam fantasmas à solta, pelas ruas,
ossos de uma brisa
de voz cava.

É noite.
Quem saberá distinguir
o teu e o meu grito,
a febre e o arrepio,
as carícias e os punhais?

Noite.
nesta rua onde me deslasso,
filósofo estremunhado,
há uma luz baça
que, ébria, tropeça
na calçada. ( As frias Madrugadas de Fernando Namora)

Foto:Mafaldinha



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