quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A noite desce, suave, quente e doce
e quando apenas vejo o brilho das estrelas
queria contemplar o teu olhar, aquele que eu conheci
mesmo povoado de mentiras, o que interessa é a única verdade
e essa vive longe do sonho, nem tu a sonhas nem eu a contemplo ...

Quando me chamas de amor, não sou eu
é o teu sonho, a minha voz não é a minha voz,
é aquela que queres ouvir, sem nome, mas no sonho
aquele que sonhas e transformas para ti, lá onde há lonjuras
e vulcões incandescentes de calor e vida, mas sem mim...

O teu sonho já me pertenceu e agora apenas sinto dor,
a alma gelou e o coração fechado guarda o calor que deixaste
não quero saber dos beijos que não me dás,
e as promessas que ficaram esquecidas debaixo do pó
morrerei à míngua do teu abraço, antes das lágrimas secarem...

As rosas eram para ti, agora vou amarrotá-las uma a uma
os poemas que te escrevi na linha da mão e que tu nem leste,
para quê guardá-los em papel de seda
se os vais rasgar novamente quando acordares ...
enlouquecerão as horas e os ponteiros e eu tenho saudade ...



Fotos: Mafaldinha


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