sábado, 5 de outubro de 2013

Adivinho-te

Adivinho-te nas ondas que suavemente se deitam
sob nuvens de ternura, despidas de vento e envoltas
em suaves raios de sol;

Adivinho-te no sol de outono, morno, que me aquece
e no meu rosto trespassa o calor do teu corpo
esculpido em duros traços de luz;

Adivinho-te sempre que vens dentro de um sorriso
mesmo quando apenas no sonho da noite
que não me ensinas a prolongar;

Adivinho-te nas palavras escritas
que vão ao teu encontro loucas de ansiedade
e esmorecem caídas como pálidas folhas;

Adivinho-te na minha timidez que ousa
encontrar-te nesse ribeiro de água cristalina
que percorre o leito pedregoso e sombrio;

Adivinho-te quando fecho os olhos
para simplesmente não verem a dor
das carícias que murcham nos dias que findam.


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