quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cidade de desalinhados

Amanhece e à primeira hora da manhã a calma entorpece os sentidos. Na rua apenas um carro.
Ao longe o vulto desaparece em segundos. Apenas dois transeuntes por entre as três árvores despidas e de ar triste, que compõem os quatro cantos do cruzamento. A quarta árvore caíra com o rigor do inverno passado.
Por volta das cinco horas tudo será diferente nesta artéria da cidade. Os seis moradores do terceiro andar, descem para a missa vespertina e na quinta estação tomam o seu café diário, enquanto esperam o toque dos sete sinos que a cada oito dias muda o som. Assim é desde que o sexto vigário o ordenou.
Passaram nove minutos desde que abri a cortina e me entretenho a divagar sobre a vida na sétima avenida, um albergue de desalinhados da vida, de gente velha e coração renovado, com a oitava da vida vencida. Agora são já muitos os carros que passam, conto dez. Fecho a cortina e volto ao meu caderno enquanto escuto a nona sinfonia. A décima para mim será sempre um imposto!

Elaborando um texto de escrita criativa em que se utilizaram os numerais ordinais e cardinais de umdez.






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