domingo, 6 de abril de 2014

Pasta de atum num pão de centeio

Gosto de palavras simples, de palavras que dizem tudo, quando querem dizer tudo. Porque são as palavras que ficam quando já não resta nada. Por vezes nem as palavras restam. Ficam as lágrimas e as palavras servem apenas para esconder o rosto molhado, para encobrir a sombra que o olhar encerra. 
Gosto quando as palavras me encontram, até quando não sou eu quem as encontra a elas. 
Gosto do sabor da terra, do cheiro do mar, do pão de centeio e das searas a ondular ao vento. As searas ondulam mesmo quando não há vento. Apenas dançam para ele. Gosto da terra íngreme do douro, dos socalcos, das vinhas, dos medronheiros e das urzes. Gosto das pedras graníticas e do cascalho xistoso que lhe faz o chão. Gosto do sol quando nasce e quando se põe, gosto das conversas à luz da lua, gosto das noites de verão e dos sons que surgem do escuro. Gosto de quando estás ao meu lado. Estar ao meu lado é fazeres parte de mim, dos desejos e dos sonhos, dos dias e das noites. Gosto de te saber feliz, mesmo que não seja para eu ser feliz, gosto quando sei que lês as minhas palavras e as compreendes, sendo tuas ou não te pertencendo. Nada nos pertence, mas tudo pode ter o poder de construir o nosso mundo. E hoje o meu mundo ruiu.

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Lembrei-me de fazer umas tapas de atum e queijo fresco de cabra. Comprei numa padaria de grande qualidade que tenho bem perto de casa, um pão delicioso de centeio e aveia.
O atum em azeite (em lata) de uma marca Açoriana que apresenta uma excelente relação qualidade/preço. Apenas não divulgo a marca, uma vez que o meu blogue não beneficia de patrocínios publicitários.
Uma lata de atum, meia cebola picada, salsa picada, queijo de cabra fresco aos cubos e uma colher de sopa de maionese. Umas folhas de alface e tomate cortado em rodelas finas.
 Um fim de dia diferente, a ver o entardecer na frente da casa, com o sol a tingir o céu das cores africanas.



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