quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Verão

A noite era cálida e era verão
naqueles dias que mais gostamos de ficar lá fora
na brisa da noite a arrefecer os corpos nus
e a recordar as ternuras dos anos que já passaram
noites e dias e dias e noites, tantas enfim
algumas são apenas nossas, outras não são de ninguém.
Mas essa noite que era apenas nossa, não era noite
Era o infinito da nossa pele, lá onde os sentidos se tocam
Depois da caminhada nas alturas, da prova finita pelos trilhos da vida
Quebradas as correntes do corpo e desnudada a alma
entregávamos ao outro a liberdade do pensamento, a certeza e a dúvida
Nos momentos em que apenas a beleza existiu perante nós
E ficou connosco como o sol do verão cálido, lá fora na varanda
No endereço que leva até ao outro, sempre até ao outro
até ao mais fundo de nós. Segurando na mão passa o calor do corpo
E a noite recebe numa brisa o corpo desnudado e quente dos amantes
ternos, sôfregos, na magia do encontro, da renovação dos gestos
Dividimos entre nós os planetas e neles guardamos os sonhos
E o verão passa e fica a magia do encontro e do reencontro
Um dia quando a vida passar, ficará a memória do verão que era cálido.

Foto:internet

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