sábado, 3 de janeiro de 2015

Verdade e Amor

Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito

pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados

não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor

José Tolentino Mendonça, in "Baldios"
A verdade e o amor são indissociáveis. Se não houver verdade também já não é amor. Quando é amor é porque existe verdade, mesmo que haja dor, ausência, silêncio ou recolhimento. Existe verdade e essa permite outra alegria, talvez mais interior, menos exposta. É tão bom sentir esse amor dentro de nós. O amor que se guarda, que vai connosco sem exigências, nem  tumultos. Que vive no tumulto do nosso interior, que por vezes parece querer explodir. Depois, mais serenamente se acalma a dor e procura-se na luz do novo amanhecer que rompe encontrar o sinal. O sinal da verdade e da confissão. Que bom é amar! E guardar o segredo na ternura de um coração.
Bom Ano Novo e Bons sejam os amores de 2015
@Maça de junho

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