terça-feira, 27 de outubro de 2015

Hay gobierno soy contra! Si no hay también soy

Esta coisa de democracia, por vezes não tem mesmo piada nenhuma. Também tudo seria bem mais fácil se não houvesse Constituição. O próximo governo poderia estender esta coisa do "simplex"  (não sei quem o inventou, mas dois dos seus maiores seguidores  aos nossos tristes dias terão sido Sócrates e Núncio - atentem na nobreza dos nomes), até à Constituição da República Portuguesa. A quantidade de acórdãos que se poupavam à Villa Ratton e as chatices de escrever discursos após discursos para convencer o povo das virtudes das leis, seria um grande passo para a humanidade, já nem digo, mas para o Portugal dos pequenitos, sem dúvida!
 
Uma coisa me intriga e parece ser apenas a mim, pois não vi/ouvi nenhuma celebridade política, nem nenhum jornalista altamente influente e influenciado dizê-lo:
 
Porque terá sido que uma coligação que durante quatro anos, implementou um programa duro, rigoroso (para pensionistas e funcionários públicos), aumentou impostos, sem olhar a conceitos de redistribuição e/ou equidade, destruiu tecido empresarial  (fechou portas de unidades menos preparadas e atirou para o desemprego milhares, criando um fluxo não imaginado, de emigrantes dentro das classes mais jovens e com maiores habilitações académicas), e vai a votos e ganha as eleições? 
 
Dentro do partido socialista já alguém terá refletido nisto?
Talvez não, porque isto é assunto que não interessa ao Jerónimo nem à Catarina. e o importante agora é ver como sentar tudo à mesa. Pensando bem é quase como juntar num casamento os ex-concorrentes do big brother.
 
Aquilo que se pretende do novo governo é fazer melhor (mais PIB, mais exportações, mais emprego, mais crescimento sustentável, maiores fluxos financeiros que garantam as responsabilidades sem agravamento da carga fiscal, melhor reenquadramento macroeconómico e das finanças públicas) que o anterior, sem o agravamento nas condições de trabalho e do tecido empresarial, sem extorsão de reformas, nem esquecimento do apoio social. Ora bem, e a coligação das Esquerdas Unidas têm capacidade para tal?
 
Que realidade têm para nos mostrar um partido que já é também ele uma coligação e que em quarenta anos de democracia nunca se aproximou um milímetro que seja das posições assumidas por uma economia de mercado, pela integração de projetos competitivos e autónomos de iniciativa privada, de aceitação dos projetos europeus e mundiais de tratados de paz e de união; será agora o momento da sua viragem "radical"?!
 
Os filósofos criam teorias políticas cujos objectivos se materializam através da ação política, na construção de programas políticos de criação de riqueza e da sua redistribuição e do bem estar social.
 
Esta premissa cabe apenas aos políticos e não me parece que neste momento algum político em Portugal esteja a pensar nela, mas apenas na sua tática de jogo. Além de que estão todos a utilizar a célebre condição da economia "ceteris paribus". E todos nós sabemos que esta condição é falsa: os mercados ainda não nos largaram, o efeito arrastamento das condições externas, é real, o risco sistémico financeiro ainda nºao terminou, pelo que o trabalho deveria ser consequente e consolidado.
 
A única forma de se sair desta parafernália litigante/militante seria o bom senso entre os dois blocos centrais. Mas um bom líder é aquele que tem visão para o futuro e não para o seu umbigo.
 
 
 @maçadejunho
 

 
 

 
 
 

 

 

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